quarta-feira, 13 de maio de 2015






A cada vez que o repórter perguntava por que o velho resolvera viver sozinho naquela choupana no alto da serra da Ilha do Cardoso, a 23 quilômetros da comunidade caiçara mais próxima, ele desconversava e voltava a falar da invasão de especuladores com a desculpa de pesquisar ruínas do período colonial. Só por isso aceitara dar entrevista. A perna do velho atada com corda de bananeira e gravetos de quaresmeira, o repórter:
- Quebrou?
- Num sei. Mas tem conserto.
- Tem?
- Fio, pra quase tudo nessa vida tem remendo. De menos pro que palavra quebra.





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