terça-feira, 28 de janeiro de 2014






PS: deixei meia torta de frango dentro do micro-ondas.
Espero que você engasgue com um ossinho e morra.






sexta-feira, 24 de janeiro de 2014






O Rio?
Ah, o Rio eu usava como usava minhas putas.
Descia até lá, me deliciava em seus fluidos, deixava um dinheiro e voltava pra serra.






quarta-feira, 22 de janeiro de 2014






E tudo isso para quê?
Para ouvir, no mais asséptico de todos os mictórios de bar do hemisfério sul, a fala cancerosa e liquefeita de um travesti:
- Aposto que o meu pau é maior que o seu.






sábado, 18 de janeiro de 2014

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014







Quando vim pra São Paulo, aos 15, pega num grotão na serra de Divinésia por um homem de família, foi pra ralar o bucho no tanque e no fogão em troca de um prato de comida e uma cama no quartinho dos fundos, sem carteira nem salário.
Mas isso foi há muito tempo.
Hoje são os homens de família que frequentam minha casa.
E minha casa tem muitas moradas.
E aqui eu boto o preço que quiser.








quarta-feira, 8 de janeiro de 2014






Lá no alto, era um anjo-gárgula melancólico ao sol das sete e vinte.
Aqui embaixo, um amontoado de carne, ossos, 90% algodão e 10% poliéster.
O que foi no meio eu  não consegui perceber.
Caiu rápido demais.






sexta-feira, 3 de janeiro de 2014







Primeiro de janeiro.
Hoje foi um daqueles raros dias em que nos permitem caminhar de mãos dadas.
E andamos pelos jardins.
E sentamos em um banco e eu deitei em seu colo e ela me fez cafuné e eu lhe cantei uma canção e o sol da manhã não nos castigou.
Acordamos cedo porque dormimos cedo: é que aqui no hospício, mesmo com todo mundo vestido de branco, não nos deixam comemorar ano novo.