terça-feira, 10 de dezembro de 2013







Hoje eu me lembrei da Alice. Fazia tempo que não pensava nela. Há anos nem o cheiro de couro molhado pela chuva a resgatava das cavernas onde se escondem as minhas memórias.
Na verdade, não me lembrei dela, eu acho.
Me lembrei do medo que ela tinha de uma doença degenerativa nos tendões do braço, não sei se o esquerdo ou o direito. O medo que ela tinha de sua mão ir definhando, retorcendo e secando até virar uma garra de ave de rapina empalhada.
É. Não me lembrei dela.
Me lembrei do medo dela.
Como se fosse
um medo
meu.






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