sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Chegou da capineira cambaleando, cuspindo sangue no poeirão do terreiro.
O melado escorria das gengivas e começou a descer do nariz e do canto dos olhos. Uma tremedeira doida.
No hospital, oito injeções das bitelas, quatro delas no lombo.
Foi embora pra casa no mesmo dia.
No quartinho em que morava entre o chiqueiro e o paiol, um copo de pinga para aplacar a dor.
A jararaca não teve a mesma sorte: tá lá pendurada na cerca, a cabeça esmigalhada pelo mesmo pé que embestou de picar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Assim como um chapéu pode ser o que a gente quiser
ResponderExcluiruma laranja-cabeça de vidro também tem seu lugar
num comentário pra cá de inocente.
Que me perdoem as cinzas dos ossos do meu ofício
mas lirismo e cangote de moça são coisas pra lá de fundamentais.
Já me guardo bastante por não sair por aí
botando o nome que eu quero nas coisas
e fingindo que me importo onde vou me foder, deveras sente?
Aliás, manda avisar lá na casa da minha saudade
que coração é só pedaçozinho de músculo automatizado
pecinha manipulada por quem de fato é covarde; não se beija não!
Avisa inclusive que agora ando só muito (e) embriagado
e não tem porre que esmerile a vergonha do tempo que passou
que passou e não me atingiu porque eu estava envenenado.
Olha, e vou te falar mais: a vida é fraudulenta e enganosa enquanto a morte é reta e igualitária.
A ferrujenta enxada idosa é a mesma, compay!
- O que tudo tem a ver com o lirismo, diria o verme.
- Nem não passa perto de aroma de saboneteira de moça, viajo.
A propósito, quando for lá dar de beber à dó maior
manda me trazer lá do buteco da boate Sentimento
uma dose cavalar daquele tesão que dá
quando o infinito vira lá em casa.